Unicamp descobre uso de ‘bactérias do bem’ para deixar queijo artesanal mais saudável

Unicamp descobre uso de ‘bactérias do bem’ para deixar queijo artesanal mais saudável

Unicamp descobre uso de ‘bactérias do bem’ para deixar queijo artesanal mais saudável

Estudo com micro-organismos adicionados aos queijos inibe ação de bactérias prejudiciais à saúde e pode ajudar produtores na comercialização.


Uma pesquisadora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, em Campinas (SP), desenvolveu um mix de “bactérias do bem” que inibem a ação de organismos prejudiciais à saúde na produção de queijo artesanal. Mais de 250 queijos artesanais e industrializados produzidos em Minas Gerais foram analisados, e o resultado pode ajudar produtores a terem maior aceitação dos consumidores.

O estudo selecionou bactérias ácido-láticas, utilizadas normalmente na fermentação de derivados de leite. Esses micro-organismos “do bem” foram adicionados a queijos contaminados artificialmente com a bactéria Lysteria monocytogenes, uma das principais causadoras de doenças em alimentos que podem ser consumidos sem cozimento.

De acordo com a autora da pesquisa, Fernanda Bovo, o uso do mix de bactérias inibiu o crescimento e a interferência da “bactéria do mal”.

“No queijo minas frescal, essas bactérias foram capazes de inibir o crescimento da bactéria do mal. E no queijo minas curado, ela foi capaz de proporcionar a inativação do patógeno”, explica.

Fernanda Bovo, pesquisadora da Unicamp em Campinas, analisa ação de bactérias em queijos artesanais (Foto: Vanderley Duarte/EPTV)

Um dos principais entraves da legislação federal é a proibição da comercialização de queijos fabricados com o leite cru. Além disso, a regulamentação da venda do produto exige um tempo de maturação de, no mínimo, 60 dias para que não haja a proliferação de bactérias que façam mal à saúde.

De acordo com José Roberto Filho, comerciante do setor, a legislação não só dificulta a comercialização, como também confunde o vendedor de queijos artesanais.

“A gente tem dificuldade por causa da legislação brasileira, que infelizmente é confusa, dividida em vários níveis, municipal, federal. Então, às vezes tem um produto de outro estado, com o selo pra ser vendido naquele estado e que não pode ser vendido aqui”.

O próximo passo é patentear o mix de “bactérias do bem” para que possa ser usado como mais um ingrediente na receita dos queijos, segundo Fernanda.

“Assim como nós temos o fermento, no potinho para ser adicionado no bolo, a gente teria um produto em forma de pó, por exemplo, para ser adicionado durante a produção do queijo”, ressalta.
Segundo a Unicamp, ainda não há previsão para que esse mix de bactérias esteja disponível para os produtores.

Fonte: G1

 

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